- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Divulgação: GROK |
Eu não sei exatamente quando isso começou... nem exatamente o por quê.
Em racionalização, talvez devesse voltar ao longínquo ano de 2017. Eu estava apaixonado, vivendo meu primeiro amor. Naquele dia, lembro bem, tudo deu errado. Não era sempre que conseguíamos nos ver, o que tornava cada encontro precioso – e qualquer contratempo, frustrante.
Lembro que o Burger King estava promovendo uma campanha anticorrupção ou algo do tipo (bem zeitgeist). Quem aparecesse usando um nariz de palhaço ganhava um lanche. Ela arrumou um nariz... mas nenhum de nós teve coragem de pagar tal mico. Esse foi um dos últimos problemas, dos muitos daquele dia.
Lembro que nos sentamos e nos encaramos. Ela estava claramente frustrada, provavelmente em crise. Percebi que as coisas não estavam bem, mas nada do que eu fizesse parecia capaz de mudar aquela expressão... Uma expressão até então desconhecida para mim, um estado de espírito que eu nunca havia visto pessoalmente nela. Todos os nossos encontros anteriores haviam sido tão alegres, mágicos. E então, chegou a hora de ir embora.
Com a cara emburrada e sentimento de culpa, externalizou chorando: "Você não vai mais gostar de mim."
Afaguei seus cabelos e disse que nada havia mudado. Aquilo me entristeceu. Mas, de certa forma, me marcou. Ver seu lindo rosto daquele jeito, foi um sentimento tão esquisito.
Como quase todo amor adolescente, não deu certo. Diante de outras divergências, encontramos outros caminhos para a vida.
Como disse no início, estou tentando racionalizar— um instinto tão primitivo. Buscando alguma explicação concreta, material, para essa sensação que me consome por dentro sempre que vejo uma mulher frustrada, magoada, emburrada.
Não é por sadismo e, acredito que, também não é sobre sexo. É simplesmente admiração por tal expressão, tão... diferente.
Outra explicação possível, talvez, seja a idade. Embora eu não seja exatamente um senescente, estou me aproximando do fim dos meus vinte anos. E, de repente, mulheres jovens, alegres e inocentes já não me parecem tão atraentes. Talvez seja esse instinto, a busca por alguém mais compatível com as mudanças que vêm com o tempo, desta casca que se forma.
De qualquer jeito, a verdade é nua e crua.
Eu amo mulheres com cara de brava.
Heitor
Comentários
Eu tenho medo
ResponderExcluirFOoi mal Familia errei o passe
ResponderExcluir